Proposta





Ele me queria. Eu ainda não acreditava cem por cento nisso, mas a maneira como seus olhos me penetravam ao falar era desconcertante, estávamos numa roda de amigos em uma exposição de artes, conversando sobre as obras quando ele entrou na conversa, tão natural e entendido do que dizia, que ninguém se opôs a sua presença. Mas, eu ainda não entedia por que sua atenção parecia voltada para mim, e fiquei me perguntando se mais alguém percebera. Por umas duas vezes ele perguntou o que eu achava, acho que respondi alguma coisa idiota, porque ele sorria sempre que eu falava, e que sorriso! Malicioso, debochado, Meu Deus, sexy! O que está acontecendo comigo??? Quando tive oportunidade pedi licença, precisava de ar fresco. Então, antes que eu pudesse me afastar ele me chamou pelo nome: 
- Clara! Gaguejei ao responder: 
- Sim... (Que diabos é isso?! Como ele sabe meu nome, não fomos apresentados!) 
-Posso te acompanhar? 
-Claro, estou indo lá fora tomar um ar... (Respondi, sem ter muita certeza.) 
Caminhamos até a porta de saída, a rua estava fria, minha pele reagiu instantaneamente ao clima. Ele segurou meus ombros num gesto de acolhimento, mas me afastei. (Como assim? Isso está fugindo ao meu controle). 
-Não me lembro de você ter falado seu nome, nem de eu ter dito o meu. 
-Falei tentando justificar minha reação. Ele apenas balançou a cabeça em negação e sorriu. 
- Isso não importa, na verdade, já tinha te visto em outros lugares, mas nunca tive a oportunidade de me aproximar, você é uma mulher realmente atraente, Clara. Você não sabe o quanto! Caramba! Ele foi direto agora! Eu estava pensando no que responder, mas ele foi mais rápido e me disse que estava de mudança pra outro país, que essa era sua última noite na cidade, e que não queria partir sem ter ao menos conversado comigo e que me ver naquela exposição foi uma surpresa muito agradável. Pisquei algumas vezes tentando absorver o que ele dissera... 
- Seria muito atrevimento te chamar pra dar uma volta? Está frio, podemos ir de carro... 
- Seria. - Respondi. E depois dei uma gargalhada, acho que estava nervosa. 
- Mas eu aceito! (Meu Deus! Isso saiu mesmo do meu controle!) Ele me deu a mão e eu peguei. Caminhamos até o estacionamento. Parecia que uma corrente elétrica me percorria enquanto caminhávamos. Alguma parte do meu cérebro dizia pra eu parar, que aquilo era perigoso. Desliguei essa parte! Quando chegamos próximo ao carro ele me puxou, me virou e me imprensou contra o carro, gemi quando ele puxou meu cabelo pra trás e beijou meu pescoço, roçou sua barba fina em meu rosto e disse pra entrarmos. Não chegamos a sair com o carro do estacionamento, nossos corpos não deixaram. Ainda fiquei algum tempo lá dentro depois, prolongando aquele momento, até que abri a porta e fui embora, não olhei pra trás quando ele me chamou de volta, nunca mais o vi.



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