Sentimentos Literários - O Palácio de Inverno (John Boyne)
Olá, amigos! Quero justificar a estreia do quadro "Sentimentos Literários", que começou dia 07/02/15 com o livro Admirável Mundo Novo.
Decidi aderir a este nome, porque minha paixão pela literatura me impede de me apegar a normas, por isso, não acho justo chamar de resenhas, tudo o que um livro me fez sentir.
Assim, decidi deixar um texto meu, uma declaração de amor para essas artes que tanto me fascinam.
Divido-me entre o amor pela leitura e pela escrita. E essa é minha forma de expressar o que sinto!
Decidi aderir a este nome, porque minha paixão pela literatura me impede de me apegar a normas, por isso, não acho justo chamar de resenhas, tudo o que um livro me fez sentir.
Assim, decidi deixar um texto meu, uma declaração de amor para essas artes que tanto me fascinam.
Divido-me entre o amor pela leitura e pela escrita. E essa é minha forma de expressar o que sinto!
"Não espero que minhas palavras incendeiem multidões!
Multidões andam surdas e com memória falha. Quero que elas cheguem aos ouvidos
certos, aos olhos que buscam por desatinos, devaneios, ou por avalanches de
emoções repletas de racionalidade delicadamente cobertas por uma generosa
camada do mais puro açúcar da raça humana, a poesia!
Sou uma apreciadora das artes, porque são manifestações do
divino pelas mãos dos mortais! A literatura é a essência dos indivíduos convertida
em palavras que juntas, compõem melodias para a alma! Não trata-se apenas da essência
dos escritores e dos poetas, mas também dos que os cercam.
A poesia não é apenas o transbordamento dos sentimentos ou
simplesmente partes do nosso “eu” materializadas, súbitos momentos de sanidade
de profunda santidade... A poesia é uma linda sinfonia, minhas
declarações de amor pelos seres humanos, a denúncia dessa minha mania incontrolável de observá-los e admirá-los! Mesmo que em certos momentos eu seja obrigada a me
afogar em mim mesma e aprisionar-me em meus pensamentos para observá-los de
longe, e assim, poder enxergá-los por completo!
Eu amo a ficção dos romances que me enchem e me encantam,
que me transformam em tantas e me dão mil vidas em uma mesma vida!
E é por isso, que me sensibilizo profundamente com o
compromisso que assumi com as artes escritas, seja através do romance, da
poesia ou dos meus gritos silenciosos e irracionais, porque finalmente decidi não apenas
andar lado a lado com a arte, mas decidi me colocar dentro dela, porque ela
sempre esteve dentro de mim, mesmo mantendo-se por um tempo prisioneira, mas
aos berros no meu coração!"
Pit Larah
Agora, quero apresentá-los mais uma leitura que me encantou.
“Será que pelo menos
notavam a extrema beleza da obra, ou aquele delicado esplendor lhes passaria
totalmente despercebido?”
As reflexões de Geórgui são um deleite para nossa sede de
conhecimento!
Analisando sua vida, às vésperas de perder seu grande amor,
ele nos sugere um mergulho na história da Rússia, na época do csar Nicolau II e
da Revolução que derrubou o regime autocrata no país, levando Lênin, com seu
Partido Bolchevique, ao poder.
A vida de Geórgui começa a ser narrada em 1981, quando ele
está idoso e prestes a perder sua esposa. Suas lembranças começam em 1915, aos
seus 16 anos, quando ele era apenas um adolescente pobre que vivia no povoado
de Cáchin.
Um dia, um membro da família Romanov (a família imperial),
Nicolau Nicolaievich grão-duque, passa pelo povoado, e a vida de Geórgui é
completamente transformada.
O adolescente é enviado ao Palácio de Inverno, em São Petersburgo
e começa a trabalhar como guarda do futuro czar, Alexei, que possui 11 anos e é
rodeado de cuidados por toda a família.
Assim, começa a história de Geórgui, vagueando por diversas
décadas de sua vida, contando com paixão e detalhes suas aventuras e
desventuras, dentro e fora do Palácio.
Nos envolvemos com toda a história que se mostra
absolutamente interessante desde a primeira linha de leitura.
O romance tem aquele poder de nos contar coisas tão
importantes para a história mundial, nutrindo nosso intelecto, enchendo-nos de
sabedoria.
A narrativa é incrível, fluindo com facilidade e nos
envolvendo em seu emaranhado de fios soltos nos deixando ansiosos quanto ao
desfecho.
Em certos momentos, ele interrompe uma passagem para dar
espaços para outro período de sua vida, nos deixando completamente curiosos e
agitados com a sensação de que existe tanto a ser dito, tantas explicações a
serem dadas a nós, mortais leitores, que temos a terrível sensação de que
terminaremos a leitura repletos de dúvidas e fios soltos.
Mas então, o autor amarra todas as pontas como se costurasse
uma peça de roupa, e terminamos a leitura com a sensação de que fomos
contemplados com uma obra de arte! Uma bomba de conhecimento que não apenas nos
ensina, mas nos desperta a sensibilidade e empatia por um povo!
O Palácio de Inverno, chega a ser quase que um conto de
fadas, senão fossem as desgraças e a realidade batendo à porta da ficção
escrita por John Boyne.
Uma das peculiaridades do autor, é essa magia que ele possui
em sua narrativa. Em 2008, eu o conheci no livro O Menino do Pijama Listrado. E
posso garantir que a sensação em ler O Palácio de Inverno, foi a mesma. Ficamos
fascinados com a suavidade que ele descreve os fatos, ficamos ansiosos com o
desfecho, mas nos deliciando com cada frase! Não se trata de apenas um belo
final, mas de uma leitura incrível desde a primeira página. Nos prendendo e
fazendo-nos sonhar com tudo que lemos antes de dormirmos, tamanha é sua
habilidade de transformar suas descrições em realidade no nosso mundo
fantasioso imaginário.
Conseguimos ver tudo que ele descreve, conseguimos nos
transportar para dentro do livro como se realmente estivéssemos vivendo tudo
aquilo. E é claro que essa habilidade, torna suas histórias inesquecíveis!
E sou muito grata por existir um John Boyne, que através da
leveza e da sabedoria nos banha com conhecimento!
“A vida traz momentos
curiosos de alegria e prazeres inesperados!”
Playlist da Leitura:
https://play.spotify.com/user/12155440490/playlist/6QTEBBNArlHBaeOciimtS9
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