Convulsão


Não ignoro as coisas que acontecem ao meu redor: o mundo está em convulsão. Notícias ruins nos chegam a todo momento, de todos os lados: epidemias, guerras, miséria, corrupção, violência generalizada. Eu lamento, mas nada posso fazer. Não sou insensível, tampouco egoísta, mas reconheço minhas limitações e sei que não posso mudar a realidade.
Eu queria uma vida mais calma, não só para mim, mas para todas as pessoas. Só que o mundo não oferece tranquilidade para ninguém. Toda paz é passageira, todo silêncio é provisório, todo deleite é ilusório.
 Se, neste instante, aqui onde me encontro, tudo está em ordem, tudo está sereno, do outro lado da janela há sofrimentos, desentendimentos, desmoronamentos – de morros e de almas -, descontentamentos, impedimentos, e, neste incessante movimento, a vida segue levando e trazendo todos os sentimentos. Lágrimas e sorrisos, vitórias e fracassos, alegrias e tristezas se alternam.  No vai e vem das emoções, às vezes surge um pouco de paz, mas ela não é duradoura. Nada dura por muito tempo, principalmente a paz.
Por isso, procuro estar sempre preparada para o vendaval porque que sei que a qualquer momento ele pode chegar. Entendo as oscilações do tempo e as aceito como parte da natureza. Assim como aceito as mudanças da minha vida e procuro não me desesperar.
 O que eu espero mesmo é que minhas confusões interiores se mantenham sob controle e que eu também não entre em convulsão. Porque se o mundo está convulsionado é porque as pessoas não conseguem controlar seus sentimentos mais negativos: inveja, ganância, falsidade, orgulho, ambição desmedida, preconceito e, o pior de todos, o desamor.








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