A poesia de tudo

Onde está a poesia de tudo?


É preciso renovar.
Incutir o improvável.
Não discutir o impossível.
Sair - mesmo - da mesmice.

É que tem noites que mergulho em teu silêncio e fico sonambulando pelas tuas pálpebras. Sei que queres me revelar mais imagens de onde vens, como quero revelar-te desnuda de palavras. O que nos impede de sermos nós mesmos e - pior - que perigo poderia causar ao universo o destino de nossas franquezas?

sigo-te
por entre equações binárias
persigo-te
por entre as guerras sanguinárias
cavo-te
em vocabulários de palavras ordinárias
onde estarás?
onde está a poesia da maldade
da hipocrisia
da agressão
da covardia
que todos negam e todos aplicam
dia após dia
um após o outro
mesmo durante séculos
o ser humano estará sempre à beira da involução?


Humanos

Para isso fomos feitos: 
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar 
Para enterrar os nossos mortos – 
Por isso temos braços longos para os adeuses 
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Vinícius de Moraes

deslizo-me
pelas tuas curvas
perco-me
entre visões turvas
escorro-me e me perco
embebida da tua vida...

O desafio é encontrar a poesia. O grande desafio é encontrar a poesia de tudo - ou - em tudo. E que tudo nos inspire. O mal, a praticar o bem; o bem, a persistir na esperança; a esperança, por ser talvez a última, a prosseguir com todo o amor que pudermos. Amor, sentimento tão desconhecido e grandioso como a própria poesia, pelo qual tanto se procura e tão pouco se pratica...
 
 

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