Sentimentos Literários: Cidades de Papel - John Green
Sinopse:
Quentin Jacobsen tem uma paixão platônica pela
magnífica vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman. Até que em um cinco
de maio que poderia ter sido outro dia qualquer, ela invade sua vida pela
janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a
fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um
novo dia se inicia, Q vai para a escola e então descobre que o paradeiro da
sempre enigmática Margo é agora um mistério. No entanto, ele logo encontra
pistas e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto
mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele
achava que conhecia.
Esse livro poderia ser um livro
para agradar adolescentes, poderia ser um livro com uma protagonista doida,
poderia ser um livro de um Quentin apaixonado no ponto chato, poderia ser um
livro de aventuras, humanas, mas aventuras. E é tudo isso, mas é muito mais
também.
99% das pessoas que leram Cidades
de Papel me disseram que ficaram "boladas" com o final. Terminei de
ler hoje e, sinceramente, não sei se "bolada" é a palavra que me
define, acho que "completamente sem noção de nada" me define melhor.
Falarei disso mais a frente.
A verdade é que tinha medo de
lê-lo. Depois de ler A Culpa é das Estrelas e chorar como o Rio Amazonas,
fiquei super receosa com o que a maioria dos meus amigos disse: "Se
prepara porque é um livro bem John Green", seja lá o que for realmente
isso. Mas sobrevivi. E gostei muito,
apesar de tudo.
Quando eu acho que Green não tem
mais como surpreender ou ser mais nerd ou ser mais inteligente (essa
inteligente que todo mundo, mas poucos como ele decidem desenvolver) ou mais
estranho ou mais criativo ou mais simples, bem, ele vai lá e é tudo isso aos
mesmo tempo. E dá certo. Por isso, é um livro que agradam adolescentes, com uma
protagonista doida, um Quentin apaixonado no ponto chato, um livro de
aventuras, humanas, mas aventuras. Tudo isso, mas muito mais também.
Quentin Jacobsen sempre (isso
significa realmente desde a infância) apaixonado por Margo Roth Spiegelman.
Quando crianças eram grandes amigos, mas depois tomaram rumos diferentes na
escola e na vida. Ele, o garoto certíssimo, que orgulhava os pais. Ela, que não
orgulhava os pais em nada, era uma popular daquelas de "elite" na
escola. Q. (como era chamado Quentin) sempre nutriu um amor incondicional por
Margo (a quem sem se referia pelo nome completo) e idealizou a garota por todo
tempo de escola, a partir da amiga que teve na infância. O que é muito humano,
afinal, quantas e quantas vezes idealizamos as pessoas? Muitas. Esse amor ele só
compartilha, através de comentários chatos do que parece um bobo apaixonado,
com seus melhores amigos: Ben e Radar.
No entanto, é justamente quando ele
menos imagina que Margo volta para sua vida com uma proposta tentadora. Ele
apaixonado, topa. E é nessa noite que tudo muda, que Q. começa a soltar as
amarras do menino certinho e perfeito. É a partir desse ponto que a garota
maluca e apaixonante começa a plantar a sementinha da mudança em Quentin.
Só que ela tem uma grande mania:
sumir! E o sumiço que sucede a noite inesquecível de aventuras e confusões de
amigos, é justamente o que passa a tirar o sono e a paz do garoto pouco
popular, mas cheio das certezas e pé no chão.
Depois de mudar sua vida atrás de
pistas, encher o saco dos amigos falando só da menina que manda em seu coração,
pensar e repensar várias vezes nela morta ou viva e até perder sua colação de
grau, ele e os amigos (Radar, Ben e Lacey – amiga de Margo) partem na maior
aventura de suas vidas atrás do paradeiro da sumida. E encontram.
Voltando a questão do final do
livro... Volto a dizer: não vou dizer que fiquei "bolada", mas
consegui umas três interpretações diferentes para esse final. 1) a trágica 2) a
comum, até um pouco óbvia (se seguir o raciocínio dos acontecimentos do último
capítulo) 3) a que traz lições profundas como saudade, reconquista, recomeço,
reconhecimento e volta ao seu eu. Estou preferindo ficar com a número 3. É um
final simples, para alguns até bobo, para outros chato, mas é um final que fez
muita gente pensar muito. E acho (opinião minha, pretensiosa até) que essa era
a ideia de John Green.
Por fim, posso dizer que a menina
doida e o menino chato no ponto chato foram justamente o que me fizeram querer
ler muito o livro. Não sou adolescente, mas acredito de verdade que acaba sendo
um livro para todas as idades, são aventuras simples, mas verdadeiras, são
amigos bobos, mas daqueles para a vida inteira, é uma história de amor
platônica... não, não é. É uma história de desamarras de um mundo limitado, da
certeza que amigos fazem toda a diferença na nossa vida e que muitas vezes é
importante sair das Cidades de Papel.
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