O que é real?



De tantas perguntas que o ser humano se faz, uma das perguntas mais filosóficas que aprecio é esta: O que é real?
Se não acredito em algo, essa coisa deixa de ser real? O fato de não haver comprovação científica para tantas questões, eximem essas mesmas questões de serem reais? Se é real pra mim, como pode não ser real para o outro? Ah...! Já escutei e eu mesma já me indaguei sobre tantas e tantas questões que envolvem o mundo humano e o que seria real ou não. Imagino que você, leitor, em algum momento também talvez já se tenha feito alguma pergunta dessas.
Por isso, para falar um pouco de clássicos do cinema, escolhi o filme Matrix, de 1999.



A trilogia Matrix dos irmãos Wachowski foi responsável por uma revolução nas artes cinematográficas, com seus efeitos visuais fantásticos e toda sua superprodução.

Contudo, Matrix nos faz transcender para tantas dimensões reflexivas! A começar pelo próprio conceito do que seja ou não real, encontramos discussões sobre liberdade e dominação, como as sociedades podem ser construídas e manipuladas; o que é verdade, o que é mentira...



Entre as várias associações com obras literárias, históricas, religiosas e filosóficas, encontramos a símile com O Mito da Caverna – de Platão.
O mito fala sobre prisioneiros (desde o nascimento) que vivem presos em correntes numa caverna e que passam todo tempo olhando para a parede do fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do dia a dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações.

Imaginemos que um dos prisioneiros fosse forçado a sair das correntes para poder explorar o interior da caverna e o mundo externo. Entraria em contato com a realidade e perceberia que passou a vida toda analisando e julgando apenas imagens projetadas por estátuas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o mundo real ficaria encantado com os seres de verdade, com a natureza, com os animais etc. Voltaria à caverna para passar todo conhecimento adquirido fora da caverna para seus colegas ainda presos. Porém, seria ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu, pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros vão chamá-lo de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas ideias consideradas absurdas.

Os seres humanos têm uma visão distorcida da realidade. No mito, os prisioneiros somos nós que enxergamos e acreditamos apenas em imagens criadas pela cultura, conceitos e informações que recebemos durante a vida. A caverna simboliza o mundo, pois nos apresenta imagens que não representam a realidade. Só é possível conhecer a realidade, quando nos libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna.
No filme, a MATRIX é uma máquina inteligente que escraviza a humanidade e a mantém controlada em uma realidade virtual a fim de obter a energia necessária para seu funcionamento, como um parasita. Quando Morfeu mostra a Neo "o deserto do real" e explica a realidade do ano aproximadamente 2199, ele grita "deixe-me sair, deixe-me sair, eu quero sair".



Fantástico como um filme pode nos trazer à tona tantas perguntas, nos fazer refletir, viajar! Sem falar de uma sequência eletrizante que mescla ficção científica, ação e grande elenco! Quem não assistiu ainda, deixo a dica de uma excelente sequência cinematográfica!




Sinopse
Em um futuro próximo, Thomas Anderson (Keanu Reeves), um jovem programador de computador que mora em um cubículo escuro, é atormentado por estranhos pesadelos nos quais encontra-se conectado por cabos e contra sua vontade, em um imenso sistema de computadores do futuro. Em todas essas ocasiões, acorda gritando no exato momento em que os eletrodos estão para penetrar em seu cérebro. À medida que o sonho se repete, Anderson começa a ter dúvidas sobre a realidade. Por meio do encontro com os misteriosos Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss), Thomas descobre que é, assim como outras pessoas, vítima do Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas, criando a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia. Morpheus, entretanto, está convencido de que Thomas é Neo (um anagrama de One, "Um", que no contexto do filme significa "o escolhido"), o aguardado messias capaz de enfrentar o Matrix e conduzir as pessoas de volta à realidade e à liberdade.

Elenco
Keanu Reeves....... Thomas A. Anderson / Neo
Joe Pantoliano.......Cypher


Frases do filme

“Não acredito em destino. Porque não gosto da ideia de não poder controlar minha vida.”

" Cedo ou tarde, você descobrirá a diferença entre saber o caminho e percorrer o caminho. "

"Neo: Há outros programas como você?
Oráculo: Bem, não como eu. Mas, veja: você está vendo esses pássaros? Em algum ponto um programa foi escrito para governá-los. Um outro programa foi escrito para cuidar das árvores, do vento, do nascer e do pôr do sol. Há programas rodando por toda a parte. Os que estão fazendo seu trabalho, fazendo o que deveriam estar fazendo, são invisíveis. Você nunca saberá que eles estiveram aqui. Mas os outros, bem, nós ouvimos falar deles o tempo todo.
Neo: Nunca ouvi falar deles.
Oráculo: Ah, claro que você ouviu. Toda hora nós ouvimos alguém falar que viu um fantasma, ou um anjo. Cada história que ouvimos sobre vampiros, lobisomens ou aliens, é o sistema assimilando alguns programas que estão fazendo algo que não deveriam estar fazendo."





Fontes de pesquisa


Imagens: Google


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

II Encontro de Fãs Harry Potter (De Cara Nova)

Se eu não fosse poeta

Feminismo, por Ayn Rand